Nicolau era um homem sábio e bom que, tendo herdado uma fortuna considerável de seus pais, sempre procurava ajudar os pobres e necessitados. Vivia humildemente com alguns criados e sempre lhes pedia que contassem o que acontecia na cidade.
Foi assim que soube que um de seus vizinhos, nobre comerciante de cereais, que era viúvo e tinha três filhas, havia perdido os navios que traziam suas mercadorias. Nicolau sabia que ele era honrado e rejeitaria qualquer ajuda financeira de qualquer pessoa. As moças já pensavam em se vender como escravas para ajudar o pai. O pai sofria muito, principalmente por não poder lhes dar o m dote de que iriam necessitar para se casar.
Nicolau então teve uma idéia: saiu de sua casa, silenciosamente escondendo-se nas sombras da noite, e chegou à casa de seu vizinho. Tirou de seu manto uma sacola cheia de moedas de ouro e atirou-a para dentro da sala, onde o pai das meninas estava sentado, absorto em tristíssimos pensamentos.
Qual foi a sua surpresa ao ver o presente que havia recebido! Que felicidade reinou naquela casa no dia seguinte! Compraram comida e convidaram seus amigos para contar-lhes a boa sorte, fazendo mil planos. Decidiram que guardariam uma parte do dinheiro como dote para a primeira que se casasse.
Nicolau, em casa, sentiu-se muito feliz por ter podido ajudar mais uma vez, mas quando se pôs a pensar, envergonhou-se por não ter dado mais àquela família. Sabia que aquela sacola não iria mantê-los por muito tempo e ele queria que as moças pudessem se casar, tendo seu dote.
Assim, na noite seguinte, saiu escondido de sua casa, sem que seus criados percebessem e jogou uma segunda sacola de ouro para dentro da casa do vizinho.
Porém, no dia seguinte pensou que a obra continuava incompleta. Agora talvez as meninas tenham seu dote, mas como continuariam a viver? E com que dinheiro o comerciante poderia recomeçar o seu trabalho?
Pois, na terceira noite, ele saiu mais uma vez coma terceira sacola cheia de moedas.
Dessa vez ficou entretido observando a alegria do nobre e suas três filhas e, quando jogou a sacola para dentro da sala, o seu manto enganchou na grade da janela. Antes que pudesse soltá-lo, o nobre ouvido ruídos na janela e correu para ver quem estava lá.
— Quem é você? – perguntou.
— Você recebeu o que necessitava, peço-lhe que nunca vá investigar quem sou nem de onde veio esse dinheiro.
Soltou seu manto e desapareceu na escuridão.
Mais tarde foi eleito bispo, e continuou sempre ajudando aos necessitados.
Autor Desconhecido.
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