Há muito tempo, um mercador e um filho já moço partiram em viagem por mar.
Levaram consigo uma arca de jóias para vender durante viagem. A ninguém falaram sobre sua fortuna.
Um dia, o mercador ouviu os marinheiros cochicharem entre si. Haviam descoberto o tesouro e estavam tramando matá-los para roubar as jóias! O mercador, fora de si de tanto medo, andava de um lado para outro em sua cabina, procurando uma forma de se livrar daquela situação perigosa. Seu filho perguntou o que estava acontecendo e o pai lhe contou.
– Precisamos enfrentá-los – o jovem exclamou.
– Não! – o velho respondeu. Eles nos venceriam!
Um pouco mais tarde, o mercador assomou, abruptamente, ao convés:
– Você é um tolo, meu filho! – ele gritou. Nunca escutou os meus conselhos.
– Velho – o filho gritou de volta -, você não tem nada a dizer que valha a pena ouvir!
Os marinheiros, curiosos, cercaram o pai e o filho, que começaram a soltar imprecações entre si.
Então, o velho correu para a cabina e trouxe empurrando com esforço a arca pesada de jóias.
– Filho ingrato! – o mercador gritou. Prefiro morrer na miséria a permitir que você herde a minha fortuna!
Dizendo isso, o mercador abriu a arca do tesouro, correu para a balaustrada do navio e, antes que alguém pudesse retê-lo, atirou seu tesouro ao mar.
No instante seguinte, pai e filho olharam para a arca vazia e se abraçaram, chorando pelo que haviam feito. Mais tarde, quando a sós na cabina, o pai falou:
– Tínhamos que fazê-lo, filho. Não havia outro meio de salvar nossas vidas!
– Sim – respondeu o filho. O seu plano foi melhor.
Em breve, o navio ancorou e o mercador e o filho correram para o juiz da cidade. Acusaram os marinheiros de pirataria e tentativa de homicídio e o magistrado os prendeu.
O juiz perguntou aos marinheiros se haviam visto o mercador jogar tesouro ao mar, e eles responderam que sim.
O juiz então condenou todos à morte.
– Que homem iria se desfazer das economias de uma vida inteira, se não por medo de perdê-las? – o juiz ponderou.
Os piratas se ofereceram para dar novas jóias ao mercador e, em troca, o juiz lhes poupou a vida.
Autor Desconhecido.
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