Um homem que se perdera no deserto arrastava-ase já fazia dois dias entre as areias escaldantes. Já tinha chegado ao limite de suas forças. Eis que de repente viu diante de si um vendedor de gravatas, que logo procurou vender uma ao pobre homem, que quase morria de sede.
Com a língua entravada e a garganta seca, o homem o chamou de louco:
— Vende-se por acaso uma gravata para quem morre de sede?
— O vendedor não explicou nada e continuou seu caminho pelo deserto.
— À noite, o viajante sedento levantou a cabeça e ficou pasmo: estava na frente de um luxuoso restaurante, com o estacionamento cheio de carros. Uma construção grandiosa, absolutamente solitária, em pleno deserto.
— O homem subiu rapidamente até a porta e, quase desmaiando, gemeu:
— Um pouco de água, por favor.
Respeitosamente o porteiro lhe respondeu:
— Sinto muito, senhor. Aqui não se pode entrar sem gravata.
Extraído do livro “Histórias que ensinam”, Editora Mundo e Missão, 2003.