A árvore

Dona Candoca era uma árvore que morava no fundo do pátio da fazenda.

Sendo moça e cheia de sonhos, alegre e transbordante de ternura, trazia sempre a sua copa verde e brilhante, para ser iluminada pelo sol e prateada pelos fios da lua.
Nem bem o galo cantou, batendo as asas e erguendo o peito imponente na porteira velha. Candoca se espreguiçou remexendo ligeiramente as suas folhas mais altas.
Ui! Que morna estava a madrugada!
Dentro em pouco o rebuliço se realizaria por todo canto. Os homens-colonos passariam com as pás e as enxadas, se dirigindo ao campo. Os currais iriam ser invadidos pelos tiradores de leite e os baldes batendo no chão trariam aos seus ouvidos aquele som metálico conhecido.
Os cavalos já estavam relinchando ao longe. Assim como ao longe a passarada soltou o primeiro alarme para a missa do sol.
Um pouco mais, e quando a manhã desabrochasse como uma flor de veludo, todos esses ruídos seriam aumentados ao máximo. A mata estouraria de cantares e o vento iria como sempre se balançar nos seios já dourados das espigas de milho.
– Jesus! – pensava Candoca. – Como a vida é bela O dia vai colorir de novo de vermelho as estradas que se tinham tomado negras, aprisionadas da noite… .
E pensando na noite, ergueu sorrindo os olhos para o céu e viu a estrela-d’alva recolhendo sonolenta seus últimos dardos de luz e colocando-os nos bolsos da sua túnica esverdeada bem clara.
Depois, Candoca baixou os olhos e suspirou já com. plenamente acordada.
Ouviu passos que caminhavam nos lajedos do pátio. Sabia quem era. Todas as manhãs seu Pepe, entrava daquele modo na fazenda. Vinha trazer o leite forte, branco e gostoso para a cozinha. Da cozinha Candoca sabia que levariam um copo para “ele” na cama. Mas “ele” ainda não deveria ter acordado.
Candoca imaginava a Babá Leocádia, sacudindo-o devagar, devagar, e ele entreabrindo os olhos, passando as mãos sobre o rosto para afastar o sono e bocejando descansado, interrompendo naturalmente uma série de sonhos bonitos que povoaram toda uma noite o seu cèrebrozinho adormecido. então, o leite aos poucos
iria escorrendo por aqueles lábios vermelhos, até que ele murmurasse ao acabar: uff!…
Um bater de asas e um salto sôbre um dos seus galhos tornou-a à realidade. Uma voz morna e quente falou com ela.
– Bom dia, Candoca. Foi boa a sua noite?
– Ahl Dona Raquel, não fosse essa corja de morcegos que vêm estragar os meus frutos, teria sido divina.
– Pois eu, não passei nada bem, Candoca. Imagine que tive uma rouquidão, um cansaço no peito… não passei nada bem. Tanto que o médico me proibiu de Cantar na missa e ficar muito tempo em jejum. Ele receitou-me caldo de manga… Por acaso me cederá por fineza algumas bicadas nos seus frutos?
Claro, minha amiga. Exceto naquele… porque.. a senhora sabe.
Sim, já sei. É dele.
Isso mesmo.
E ele não acordou ainda?
Acabaram de abrir a janela do seu quarto. Ele deve ter tomado o leite. Daqui a pouco se dirigirá para a sala do café… e depois terá um dia inteiro para o seu reinado.
– Gosta um bocado do menino, não?
– Como se fosse meu filho, Dona Raquel. Eu vi o príncipe nascer. Criar-se sempre perto de mim, junto a mim… já está ficando um homenzinho.
Então, com licença, Candoca, vou provar mangas, estou numa fraqueza enorme.
Dizendo isso a sabiá pulou lá para cima. Num galho bem alto.
– Lá vem ele… e correndo como sempre!
O coração de Candoca quase parou no peito de emoção. Todas as manhãs sentia aquela mesma coisa.
– Como vem lindo!… Hoje está todo de branco!
O garoto veio correndo, com um sorriso permanente embranquecendo os lábios vermelhos que pareciam devorar a vida, devorar o vento… Ele correu mais e de braços abertos se abraçou no tronco da mangueira moça.
– Meu bem! exclamou Candoca.
Ele riu e falou.
– Bom dia, Dona Candoca… Ih! Eu estava com uma saudade da senhora…
Candoca sorria feliz, sentindo os bracinhos do menino enrodilhados no seu tronco.
– Eu vou subir.
– Isso. Suba. Cuidado. Ponha o pé nesse galho. Agora nesse outro. Dê-me a mão. Pronto, sente-se aqui nesse galhão grosso. Isso… muito bem.
O menino sentado limpou as mãos, tentando apagar o vermelhão que o esforço pregara nas sas palmas.
De repente, uma tristeza momentânea perpassou nos olhos do Principezinho. .
– Uai! xentes! (Candoca era nortista). Que tristeza é essa?
Ficou preocupada.
– Mostre as mãos. Você se machucou?
– Não. Não é nada disso.
O Príncipe numa pequena explosão ficou com os olhos cheios d’água.
– Sabe, Dona Candoca. Não agüento mais a vida!… .
– Mas que é isso, meu bem? Você ainda nem sabe o que é a vida!…
Riu, mas bem que havia uma certa preocupação. Por isso se tomou de maior ternura.
– Que foi? Conte para mim. Você sempre me conta tôdas as suas histórias. Afinal, nós não somos amigos?
– Hoje, no café…
E engoliu em seco.
– Papai e mamãe tomaram a brigar… Papai vai de novo para a cidade. Mamãe se queixou de que ele deve parar de jogar… falou em dívidas… uma porção de coisas que eu não entendo… Disse que também vai jogar nos cassinos… E levantou-se chorando e foi para o quarto. Eles estão sempre assim… e eu…
– Isso passa, meu filho.
– Não passa não. Sempre eles estão brigando e cada vez custam mais a fazer as pazes… e como eu fico triste! Eles se esquecem de mim e se não fosse você e a babá Leocádia, não tinha mais ninguém no mundo.
– Ora, meu filho, isso passa. As pessoas grandes brigam sempre. Depois fazem as pazes.
– Mas eu não quero crescer. Se crescer é isso.
– Não, você será um homem valente, corajoso, honesto.
– Como é que a senhora sabe disso?
– Então não sei? Todo menino que não maltrata os animais, que não caça os passarinhos, que trata bem e conta histórias para as árvores será um homem valente e honesto. Você não é assim?
– Será que sou?
– É, meu anjo.
E Candoca sorriu entemecida. Levantou os olhos para cima e ainda encontrou Dona Raquel.
– Por falar em passarinho. Veja quem está ali. É uma sabiá muito minha amiga.
O Príncipe levantou a cabeça para o alto. Nesse momento a brisa que nascera cedinho e que agora já estava em plena infância veio acariciar os cabelos louros e encaracolados do menino. E os fios de ouro se locomovendo de lá para cá, acompanhavam as folhas da mangueira como se também fossem pequenas folhas douradas. Candoca olhava o menino meigamente
– Como é lindo o meu príncipe! – pensava.
E o menino entusiasmado espiava o pássaro devorando as entranhas da manga sumarenta e madura; pingos vermelhos escorriam também pelo seu peito avermelhado…
Candoca perguntou, curiosa:
– Não deu vontade?
– Deu, sim senhora. Mas eu tomei leite ainda agorinha mesmo.
Não faz mal. Isso é invenção de gente velha.
E se a babá…?
Ela está lavando coisas na copa… e olhe!
Candoca tirou de dentro do seu bolso de folhas uma manga dourada e apetitosa. O Príncipe estendeu mãozinhas e imediatamente ferrou os dentes no fruto.
Na metade interrompeu um pouco e conversou. – Sabe, Dona Candoca, eu descobri uma coisa. Eu não quero mais ser padre.
– O que é que você quer ser agora?
– Ah! Uma coisa linda! Uma coisa que eu vi, num livro. Quero ser domador de feras num circo. A farda era uma beleza. Tinha um paletó vermelho com umas orelhas azuis sôbre os ombros. O peito era todo’ cheio de coisas de ouro. A calça era de veludo preto e as botas bem lustrosas vinham até o joelho.
– Xi! Como você vai ficar bonito.
– A senhora acha?
– Mas é certo.
Claro que ela achava. Tudo que era dele, tudo que ele contava. Tudo era bonito e ela fingia acreditar, Ontem ele queria ser padre. Hoje, domador de feras. Amanhã na certa pensaria em ser guarda-noturno como anteontem ele desejava ser soldadinho de Flit… Era a infância. O mundo de sonhos se desenrolando como as nuvens mais belas que vagueiam os sonhos do céu.
– Que idade você tem agora, meu rapaz?
– Oito anos, Dona Candoca. Já estou ficando um bocado velho, não?
– Quase um homem.
Por dentro ela ria. Até que ele ficasse um homem muitas mangas teria de chupar na vida…
Sim, Candoca pensava. assim, mas enganava-se num ponto. Muitas mangas ele teria de chupar, mas não daquelas que ela produzia com tanto amor..,
No dia seguinte, ele veio correndo, mas dessa vez seus olhos estavam molhados de lágrimas. Agarrou-se ao tronco e sua vozinha que não articulava um som compreensível.
Uma dor apertou o coração da mangueira como adivinhasse…
– Diga, meu príncipe, diga para Candoca… O que foi?
Eles… de novo… Mamãe vai embora e… eu vou ser internado num colégio.
– Mas não pode ser, meu filho. Não pode ser.
Grossas resinas escorriam agora dos olhos da mangueira-moça.
– Vão sim. Juro por Deus. Hoje à tarde serei levado. E eu não quero. Eu não quero… Não quero sair da fazenda. Não quero deixar a senhora, nem a babá.
Mas de nada adiantou o Principezinho não querer. De nada. Candoca morreu de tristeza quase, quando a sege foi-se afastando, rolando barulhenta sôbre o chão de lajedo, levando o menino que chorava.
Candoca viu que ele acenava. Ouviu as suas últimas palavras:
– Adeus… Dona Candoca… Adeus…
Na sege a mãe puxou o menino para o banco.
– Você está louco, menino… Que Candoca você está vendo ali?..
O menino olhou para a mãe de olhos duros.
– A senhora não compreende, mamãe. A senhora não compreende.
Baixou os olhos. Não chorou e nem explicou mais nada.Que tristeza (agora começava a descobrir), as pessoas terem de crescer e perder o coração… Que tristeza dolorida as pessoas grandes não poderem conversar e entender as árvores.

O tempo continuou cantando a sua cantiga ininterrupta e foi passando.
Cada fim de ano, Candoca ansiosa esperava que o Príncipe voltasse. Às vezes iludia-se pensando que ele voltaria nesses três meses de férias. Mas qual o quê! Outras vezes tinha quase a certeza de que no Natal ele viria para a fazenda. Mas o Natal se perdia como uma coisa sem significado dentro da folhinha e ele não aparecia. Os anos foram-se ligando num único elo, como as horas, os minutos… A solidão povoou o peito e envelheceu o coração da mangueira. Seu tronco se tornou nodoso e seus frutos iam diminuindo não só de tamanho como de quantidade. A sombra, aquela imensa saia rodada de sombras que Candoca estendia no lajedo do pátio foi sendo esgarçada por manchas de sol. Os pássaros desistiam de vir fazer os ninhos na sua folhagem gasta e sem brilho. Tudo passava.
E não era só isso. A tristeza e o abandono vieram morar em cada ângulo da fazenda.
O inverno trazia o frio. O verão, o calor. A primavera, as flôres e o outono, as folhas secas. Mas nenhuma das estações era como antigamente, porque o Grande Abandono massacrava também as estações.
O administrador não se importava com coisa alguma. De modo que os cafezais maltratados estavam mirando e se cobrindo com a poeira vermelha e contínua de tôdas as estradas. E era tanta poeira que parecia o respirar de Deus.
E o inverno estragava o teto da fazenda corroendo o madeiramento; e a chuva se aninhava úmida estragando as telhas e os caibros e aos poucos veio perfurando e pingando em goteiras que aumentavam com o correr das horas.
E o verão ressecava os campos e esturricava o tanque, rachando tudo sem que ninguém se preocupasse em consertá-lo. Os peixes morriam no açude e as garças selvagens e morenas e os marrecos barulhentos vinham à noite enxotar das águas, estrelas desgostosas.
O outono vagabundo deixava de perambular pelos caminhos para soprar um mundo de folhas amarelas e retorcidas por todo canto da fazenda. O sujo e a melancolia apareceram com o outono e se grudaram em todo canto. O tempo roeu a corda do sino que chamava os colonos para a labuta.
E os colonos foram aos poucos se mudando. Os campos de corrida derrubaram as suas grades para dar invasão a qualquer animal que quisesse pastar e devorar a vida.
E meu Deus! O mais triste era a primavera. Isso, porque as heras invadiram os terraços e engoliram tôdas as paredes brancas da fazenda. E as heras subiam sempre, cercando as portas e as janelas. Aquelas janelas que mais não se abriam, escondendo na sombra e na escuridão, aquele cheiro de mofo e umidade. E quando a primavera chegava os jardins invadidos de mato daninho rebentavam em flôres grosseiras, selvagens e feias. Até os caminhos de areia entre os lajeados ficavam repletos de capim e de flôres deselegantes
E Candoca assistia muda àquela decadência fazia parte. Tudo se desmoronava, mas no fundo do coração a saudade do Príncipe permanecia. Ele agora deveria estar um homem. Um homem feito, que fazia a barba tôdas as manhãs. Seus olhos estariam agora completamente negros e seu cabelo de ouro provavelmente escurecera. E talvez, talvez até já pensasse em se casar. Candoca ouvira o administrador conversar com seu Pepe que continuava preso à fazenda trazendo o leite da manhã, arrastando sôbre a sua sombra um reumatismo quase amigo e contínuo… Candoca ouvira que o Príncipe já era quase doutor. E se já era quase doutor por que ele não pensaria em casar-se?

Cada vez que o administrador aparecia no pátio trazia uma novidade triste para seu Pepe.

– Vão vender a mata. Vai passar a estrada de ferro dentro dela.

– A patroa vendeu as coisas antigas para o antiquário.

-O campo de criação de cavalos foi vendido para um plantador de cana. Agora aquilo ali será um canavial!

E Candoca assistiu à derrubada da mata e à fuga dos pássaros para outro canto onde os homens ainda não tivessem vindo e onde a sombra traduzisse paz.
E os arados gemeram dia e noite sôbre os antigos campos de corrida e treinamento. Por ali jamais brincariam os cavalinhos dourados.
E depois vieram os caminhões buscar as estátuas brancas fabricadas no Porto e que enfeitavam o triste jardim, feio e abandonado, e que dormiam mudas nas cumeeiras da fazenda. E com as estátuas se foram os castiçais de prata e os santos, e tudo, tudo de belo que guardava tradição, tudo que lembrava a época colonial, as senzalas, a escravatura, tudo, tu do foi saindo aos poucos, deixando o interior da fazenda completamente despido e morto de abandono… Os grandes salões se encontravam vazios ou com móveis bichados e imprestáveis. Até a lareira morria de frio, no inverno. Só as paredes permaneciam em pé e os ratos corriam por toda parte dando guinchos, fazendo eco com os morcegos…

Apareceu mais um outono indeciso, e as folhas de Candoca foram deslizando sem vento, amarelas e feias sôbre o lajedo do pátio. Aquilo ditou a sua condenação.
– É preciso derrubar essa mangueira que está enchendo o pátio de sujeira!
Um machado impiedoso realizou indiferente essa façanha.
Candoca ficou reduzida a um tronco chorando um resto de resina, mas que o sol foi cicatrizando aos poucos.
Mas Candoca vivia ainda. Sim, vivia, alimentando o resto de vida nas raízes vivas, embebidas de umidade. Ela viveria até que ele voltasse, depois nada importaria. E o dia chegou. Ele veio. O Príncipe estava parado no pátio conversando com o administrador. Seus olhos eram tristes e seu cabelo cortado baixo nem mais lembrava aqueles cachos de ouro ondulando ao vento. Sua barba dava um tom azulado ao seu rosto. Ou seria então que a sua vista estava fraca confundindo o Príncipe? Devia ser. O Príncipe não mudaria assim. Não ficaria um personagem completamente diferente do que sonhara na sua solidão… Mas era ele. É sua voz estava soturna. Triste. Ele via como a fazenda ficara. E naturalmente… bem para que comentar?..
Será que ele se lembraria dela? Claro que se lembraria. O Príncipe perguntara e ela ouvira. Ahl Isso ela ouvira. Perguntara onde foi enterrada Babá Leocádia. E o administrador dissera que o levaria lá.
Então nos ouvidos da saudade, Candoca pareceu reviver, lembrar-se do que ele lhe dissera: – “Se não fosse você e a Babá Leocádia, eu não teria ninguém no mundo…”.
Agora o Príncipe estava, girando a vista pelo pátio. Parou os olhos diante da janela do seu quarto de infância, que no momento se encontrava fechada e esquecida.
Depois, baixou a vista, procurando esquecer-se de tudo também. Deu com os cordões dos sapatos desfeitos. Caminhou até o tronco de Candoca e apoiando os pés, um de cada vez, amarrou os cordões.
Voltou para perto do administrador.
– Está faltando qualquer coisa aqui…
O administrador riu e enquanto torcia o cigarro de palha entre os dedos, comentou:
-É justamente aquilo onde o senhor amarrou os sapatos.
O Príncipe olhou de olhos parados o tronco, como se nada significasse.
– Ah! Me lembro. Tinha uma mangueira ali…
Candoca sentiu que não mais existia e foi-se encolhendo por dentro das raízes e fechou os olhos de vez, para só abri-los no reino do Nada.

Muitos anos se passaram. O Príncipe casou-se e agora tinha um filhinho de quatro anos. Um menino lindo com os cabelos encaracolados e uma boca vermelha e entreaberta que devorava o vento e a vida.
Numa noite eles estavam jantando e o Príncipe comentou para a mulher. Comentou uma coisa que por certo já tinham falado antes.
– De tudo que nos restou, ficou isso: trezentos contos. Metade para mim e metade para minha irmã Célia. A usina papai queimou, a fazenda mamãe perdeu, as propriedades na cidade, os dois desfizeram… tudo por um mísero vício… um mísero vício que por esmola deixou sobrar para nós trezentos contos que serão divididos.
A mulher não respondeu. Ele continuou.
– Daremos uma entrada e compraremos um apartamento a prestações.
A mulher implorou e não devia ser a primeira vez que o fazia.
– Não, meu bem. Compraremos uma casinha. Uma casinha que tenha um jardim. Nem que seja num subúrbio. Uma casinha que tenha árvore. Nosso filho está um menino e todo menino gosta de árvores. Todo menino conta histórias para as árvores.
Mas não pôde acabar de argumentar porque o Príncipe interrompeu.
– Não insista, meu bem. Um apartamento é mais prático. E eu já fui menino também e não tive nada disso que você fala. Isto é literatura.
…lá fora, O CORAÇÃO DA NOITE SE ENTRISTECIA…
Estala, Coração de Vidro Pintado!…
“Fernando Pessoa”

Por: José Mauro de Vasconcelos 

Retirado de: Coração de vidro

 

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