A borboleta

A borboleta veio voando devagar, suas belas asas pesadas a carregavam para baixo, ela pousou delicadamente sob a folha da amoreira. Aí depositou um pequenino ovo e caiu num sono profundo.

Enquanto dormia, sonhou. Sonhou com toda a sua vida passada entre as flores, com a luz do sol brilhando entre as folhagens, com as gotas de chuva dançando ao vento, com o canto dos pássaros.

Deixando lá na folha da amoreira, daquele ovinho, aquecido pelo sol, despontou uma lagarta. Sonolenta, a lagartinha olhou em volta aquele mundão verde e foi invadida por uma fome intensa e por uma curiosidade sem limites.

Arrastando-se decidida, saiu devorando todas as folhas que encontrava pela frente. Comia e crescia e mais fome sentia. Até que saciada, aquietou-se.
Pouco a pouco foram chegando os seres invisíveis da floresta e num primoroso tear teceram em sua volta um abrigo aconchegante e protetor. O casulo a enredou por completa formando um invólucro resistente. Neste cantinho escuro e resguardado, ela aqueceu.

Um a um, voltaram os seres invisíveis, agora trazendo consigo uma infinidade de cores que iluminaram e vivificaram todo o ambiente.

Os amarelos e azuis se misturaram surgindo verdes e refrescantes; os vermelhos se mesclaram com os dourados e transformaram -se em laranjas vibrantes, os azuis abraçaram os vermelhos e desta união surgiram as mais delicadas violetas. Uns maravilhosos e mágicos arco-íres se fizeram presentes.

E quando o primeiro raio de sol penetrou a escuridão do casulo, para fora saiu insinuando uma belíssima borboleta. Suas asas multicores a elevaram as alturas e voando em direção ao sol e as flores ela, uma vez mais, celebrou o milagre da morte e da ressurreição.
Autor Desconhecido.
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