A história de São João

Há muito tempo atrás, havia um casal muito piedoso, justo, que já estava chegando à idade avançada e não tinha filhos. Um dia o homem, que se chamava Zacarias, rezava quando um anjo lhe apareceu e disse que sua mulher, Isabel, mesmo estéril e idosa, conceberia um filho, que teria um papel fundamental nos acontecimentos que estavam por vir, e que mudariam o destino da humanidade.

Zacarias duvidou das palavras do anjo, que era o poderoso Arcanjo Gabriel.
E como vez por outra até os anjos perdem a paciência, o Arcanjo vociferou e disse que Zacarias ficaria mudo até que tudo o que predissera acontecesse. E aconselhou Isabel a se esconder no início da gravidez. Isabel obedeceu, e só voltou à sua terra, e à sua casa, com seis meses de gravidez.

Sabendo de sua volta, sua prima mais querida, que se chamava Maria, e estava grávida também, foi visitá-la. Ao ouvir a saudação de Maria, que chegava, a criança que crescia no ventre de Isabel agitou-se. Então, Isabel teve mais uma confirmação de que tudo o que Gabriel falara aconteceria.

Maria, que morava a uma distância relativamente grande e estava ficando com a barriga a cada dia maior, não poderia estar por perto quando Isabel tivesse o seu filho. Por isso, pediu a Isabel que quando a criança nascesse, mandasse que no alto de uma colina acendessem uma grande fogueira, e erigissem um mastro bem alto, com uma bandeira branca, para que Maria, de sua vila, pudesse saber que a criança havia nascido.

E assim, numa noite estrelada de junho, o céu foi iluminado pelo clarão de uma grande fogueira, e os que saíram de casa puderam ver, ao longe, um alto mastro encimado por uma bandeira branca. Havia nascido João, que mais tarde batizaria Jesus nas águas do Jordão, e anunciaria sua vinda como o filho de Deus.

Por isso se festeja São João com fogueiras e com o mastro e sua bandeira.
Há quem diga, também, contrariando aqueles que propagam a imagem de santo sério e sorumbático, que quando criança – como todo santo que se preza – João era levado, ativo, sem consciência do poder que possuía. E que no dia do seu aniversário, ficava tão feliz, tão espoletado, que sua mãe o punha para dormir o dia todo, até o dia seguinte, coisa que ele faz até hoje, mesmo santo, mesmo morando no céu.

Pois se visse a festa barulhenta que lhe é dedicada, com todo aquele foguetório, chuveirinhos de luz, bombinhas, estalinhos e as grandes fogueiras, desceria dos céus para acompanhar os festejos, e traria junto tantos estouros e tanto fogo, que o mundo se acabaria…

Então, a gente tem que tomar um certo cuidado, para não acordar João no seu dia.

por Maísa Guapyassú, a partir de coisas ouvidas aqui e ali, e do que ouviu da sua Vó Gegeca, que a essa altura com certeza canta canções de ninar para ajudar a manter João dormindo.

 

LEMBRAM-SE DA CANÇÃO INFANTIL?

“Capelinha de melão
É de São joão,
É de cravo, é de rosa,
É de manjericão.
São João está dormindo
Não acorda, não!
Acordai, acordai,
Acordai, João”

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