A primeira árvore de natal

Em Nazaré, aquela região tranquila em que crescia o Menino Jesus, vivia uma pobre mulher. Deus havia lhe presenteado com sete filhos, mas não havia pão suficiente para alimentá-los. A fome era hóspede constante naquela casa. O pai já estava debaixo da terra e o trabalho das mãos da mãe não bastava para encher as sete barriguinhas. Mas Deus não abandona os Seus. Enviou-lhes seu próprio filho, o Menino Jesus, que muitas vezes brincava com as crianças. E, quando ficavam cansados de correr e brincar, Jesus levava o grupo para sua casa. Mãe Maria então esquentava leite, uma grande jarra cheia, cortava uma montanha de fatias de pão e passava manteiga e mel nelas. E as crianças famintas avançavam alegres a conquistar aquela montanha e depois voltavam felizes e satisfeitas com a sua mãe.

O pequeno Menino Jesus havia completado sete anos. Mãe Maria não havia deixado passar esse dia sem ter realizado muitos desejos de seu querido filho.

Quando Jesus, durante a noite, cansado e feliz, deitado na sua cama relembrava os grandes acontecimentos de seu sétimo aniversário, pensou de repente nos seus amiguos pobres, que com certeza nunca haviam recebido um presente em seu aniversário.

Quietinho, saiu de sua cama, chamou os seus sete anjos, pegou seus mais lindos brinquedos e de camisola pôs-se a caminho em direção a cabana, no fim da aldeia, onde moravam as crianças pobres.

E mandou o primeiro anjo à arvore milagrosa chamada “Sacude-te” buscar seus frutos que eram lindas roupas, vestidos, sapatos e meias quentinhas. O segundo anjo foi enviado para buscar guloseimas no “País Doce”. Outro teve que trazer frutas deliciosas do Jardim do Paraíso. O quarto foi buscar estrelas douradas da Via Láctea. E assim cada anjinho recebeu sua tarefa e sua encomenda.

E chegaram finalmente, carregados com seus tesouros, à casa da viúva. Tudo estava escuro e silencioso. No jardim pequeno em frente da casa havia, entre canteiros de batatas e algumas flores, um pequeno cedro solitário, plantado para servir de repouso aos pássaros. Nos seus galhos o Menino Jesus pendurou todas aqueles belos presentes, que Ele e seus anjos haviam carregado até lá. E os anjos ajudaram, pondo os mais lindos enfeites nos galhos mais altos onde o Menino não alcançava. Às vezes um fio de cabelo angelical dourado ficava preso nos galhos verdes, iluminando aquelas maravilhas todas. Em cada galho havia algo, uma maçã, um sapato, uma noz que havia ficado dourada ao encostar-se à asa de um anjo, um brinquedo, uma blusa, um doce ou até uma estrela brilhante. Tendo pendurado o último presente na árvore, Jesus afastou-se silenciosamente, despediu-se dos anjos prestativos, agradecendo-lhes a ajuda e deitou-se na sua cama, feliz da vida.

Imaginem a alegria das crianças ao ver na manhã seguinte aquela estranha árvore em frente de sua casa. Pegaram-se pelas mãos e dançaram em volta da arvore milagrosa. Mais feliz ainda estava Jesus, e ficou tão contente com a sua boa idéia, que decidiu fazer o mesmo em cada aniversário seu: dar alegria a muitas crianças, se possível, a todas as crianças do mundo.

Assim o dia de Natal transformou-se na festa mais abençoada do ano, e não há outro dia em que haja mais rostos felizes e corações alegres. Mesmo o homem mais pobre tem sua árvore de Natal, por mais humilde e pequena que seja, e alguma bondosa pessoa, de perto ou de longe, terá para ele um presente, para que a felicidade não deixe de existir no mundo.

Essa á e história da primeira árvore de Natal.

Conto tradicional da Alemanha
Extraído do livro Noite de Luz II
Compilação de Karin Stasch

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