Natal do João da Montanha

Naquele ano, Papai Noel distribuíra muitos brinquedos. Os deu a todas as crianças bem comportadas e até às outras que prometeram portar-se bem no futuro.

Passou em todas as casas de todas as cidades, de todas as aldeias, na planície e na montanha…

Em todas as casas? – Não! O Papai Noel esqueceu uma! Não teve culpa, é preciso que se diga, era uma casinha no cimo da montanha e completamente escondida no meio dos pinheiros…

João da Montanha estava longe de saber que tinha sido esquecido… Dormia na sua caminha e sorria por causa do presente que Papai Noel devia por no seu sapatinho.

Perto do sapatinho do João da Montanha, estava o gato que o guardava. Dormia com um olho aberto e o outro fechado. Esperava o Papai Noel.
Tocaram as doze badaladas. O gato disse para consigo:

– Ah! O Papai Noel está atrasado!
– Duas, três horas!
– Ora vejam, pensou o gato, Papai Noel não virá!

Então ele abriu muito os seus olhos verdes para melhor pensar no assunto. Não há Papai Noel, não há brinquedos! Que iria dizer o João da Montanha que sempre a sonhar, sorria na sua caminha?

Então, o gato teve uma idéia. Sai do quarto de João e vai à cozinha onde o cão dormia.

– Sabes, diz-lhes, o Papai Noel não veio!

O cão acorda e diz:

– Pois bem, que poderemos fazer?
– Cão sem coração, diz o gato. É preciso que João da Montanha tenha seu presente de natal.
– Não vejo como, diz o cão que estava ainda com sono.
– Cão sem idéias! Felizmente eu tenho uma.
– O cão acordou imediatamente.

– Vá encontrar com os animais do sítio, diz o gato; pergunta-lhes o que eles poderão te dar.

E o cão lá foi. Chegou à galinha e disse:

– Galinha, galinha preta, que darás para o presente de João da Montanha, esquecido pelo Papai Noel?

– Eu, pobre galinha, dar-te-ei os meus ovinhos frescos.

O cão foi em seguida ao estábulo:

– Vaquinha, vaquinha branca, que darás de natal para João da Montanha, esquecido pelo Papai Noel?
– Eu pobre vaca, dar-te-ei o meu leite.

O cão dirigiu-se à cavalariça onde estavam o cavalo e o burro.

– Cavalinho, cavalinho branco, que darás para João da Montanha, esquecido pelo Papai Noel?
– Eu, pobre cavalo irei buscar lenha na floresta para a lareira.
– E eu, burrinho cinzento, com o meu sopro acenderei a lareira…

Em seguida o cão foi ao celeiro onde encontrou alguns ratinhos.

– Ratinhos, ratinhos cinzentos, que dareis para João da Montanha, esquecido pelo Papai Noel?
– Nós, pobres ratinhos, daremos a farinha que encontramos no celeiro.

Então o cão foi ter com o gato e os animais do sítio seguiram-no para levarem o seu presente.

E o gato teve outra idéia:

– Com a farinha, o leite, os ovos… Faremos um saboroso bolo. Com a madeira acenderemos o fogo para cozer. Mas quem fará o bolo?
– Eu, disse o porquinho, que tinham entrado também na cozinha.

Ele não tinha dado nada por que também não tinham lhe pedido nada. Mas o gato não o queria. Não o achava o suficientemente delicado.

Foi o próprio gato que fez o bolo. Sabia fazê-lo por que estava sempre na cozinha quando a mãe do João os preparava.

Quando bolo cozeu, estava douradinho e cheirava que era uma beleza! Alguém bateu na vidraça: era o pombo branco que trazia nas asas a neve brilhante das árvores. Espalhou-a sobre o bolo. Que lindo ficou!

Mal o dia nasceu, o gato entrou no quarto de João da Montanha. Pousou o bolo perto dos sapatinhos e João abriu os olhos. Maravilhado, disse: “OH”!

E neste momento, podiam-se ver os animais espreitando pela porta entreaberta e os olhos do gato que, fechados um pouco, sorriam.

Autor Desconhecido.
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