A lenda de Tanabata

Era uma vez um homem chamado Mikeram. Um dia, quando voltava do trabalho e andava perto de um lago, avistou um manto preso a uma árvore. Era feito de tecidos finos, muito bonito e brilhante. “Que lindo manto! Deve valer uma fortuna”, pensou o rapaz, que pegou o manto e o guardou consigo.

– Com licença, senhor! – Ouviu alguém dizer enquanto se preparava para ir embora. – O senhor viu o meu manto? Ele estava aqui sobre esta árvore.
Mikeram mentiu:

– Não, não vi nada parecido com um manto aqui.

– Ai, como voltarei agora para o meu reino acima das nuvens? Sem meu manto eu não consigo! – Disse a jovem mulher, que se chamava Tanabata.
Mikeram apaixonou-se por ela à primeira vista e teve medo que ela partisse para longe se lhe devolvesse o manto.

– Venha comigo, você pode ficar na minha casa enquanto não encontra seu manto sagrado.

Eles se casaram e viveram juntos por alguns anos. Mas Tanabata olhava para as estrelas todas as noites, pois tinha saudades de seu reino. Todos os dias, Mikeram saía para trabalhar e Tanabata ficava em casa, com os passarinhos. Um belo dia, ela viu um passarinho bicando algo no telhado e logo percebeu que era o seu manto.

– Então foi Mikeram que pegou meu manto! Ele sabia o tempo todo! – Preparou-se para partir, vestiu seu manto e ia subindo, quando ouviu Mikeram gritando:

– Você encontrou seu manto, me perdoe, não vá, eu te amo.

– Tanabata gritou:

– Se realmente me ama, faça mil pares de chinelos e enterre-os perto de um broto de bambu. Assim nós nos encontraremos novamente. Eu estarei esperando. E partiu voando.

Assim, dia após dia e noite após noite, Mikeram produziu chinelos e mais chinelos. Quando finalmente conseguiu juntar mil pares, correu para um broto de bambu e os enterrou. De repente, o bambu cresceu e cresceu. Sem perder tempo, Mikeram subiu até as nuvens. Mas, quando chegou perto do topo, percebeu que não havia mais árvores para subir e ainda faltava um pouco para chega ao topo. Na verdade, ele havia errado na conta, confeccionara somente 999 pares de chinelo.

– Tanabata, Tanabata, me ajude a subir, sou eu, Mikeram.

Tanabata ouviu os gritos do marido e correu para ajudá-lo. Quando ele finalmente conseguir subir, os dois se abraçaram. Mas de repente, ouviram um grito:

– Quem é você? Perguntou o pai de Tanabata a Mikeram.

— Ele é meu marido e eu o amo, disse Tanabata.

O pai não gostou nada de Mikeram. Ele era de outro reino e não servia para sua linda filha.

– Para ficar aqui, meu rapaz, você terá que cumprir algumas tarefas. Está vendo aquelas cestas? Eu quero que você plante todas as sementes que estão nelas.

– Sim senhor, farei isso. – Respondeu timidamente Mikeram.

Havia milhares de sementes e ao fim de três dias Mikeram plantou todas.

– Mas o que significa isso? Você plantou as sementes no campo errado, disse o pai, enfurecido. – Você terá que plantar todas novamente, e rápido! – Ordenou.
Mikeram levaria anos para achar todas as sementes e plantá-las novamente.

Felizmente, Tanabata teve uma grande idéia: chamou seus pássaros de estimação e pediu para que achassem e replantassem todas as sementes, junto com outros pássaros amigos. Assim, o céu ficou coberto de pássaros, que cumpriram a tarefa.

O pai de Tanabata mal pôde acreditar no que viu. Logo pensou em outra tarefa difícil para Mikeram: ele deveria cuidar da plantação de melancias por três dias e três noites, sem comer ou beber nada.

– Tome muito cuidado, Mikeram, melancias são frutas sagradas no meu reino!

– Advertiu Tanabata. – Não coma nenhuma sequer.

Após dois longos e cansativos dias, Mikeram estava exausto, como muita fome e sede. Ele não resistiu e abriu uma das milhares de melancia. De repente, uma enorme quantidade de água jorrou da melancia, como um rio turbulento, arrastando Mikeram para longe, muito longe do reino das estrelas e de Tanabata.

A partir desse dia, Tanabata e Mikeram passaram a se encontrar somente uma vez por ano, no dia 7 de julho. Nesta data, o pai de Tanabata convoca todos os pássaros do reino para formar uma grande ponte, levando Mikeram a Tanabata.

Autor Desconhecido.
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